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A Sociedade evolui e paga o preço 25/07/2010

Posted by magzen1 in Ética, Conhecimento Humano, Gestão de Riscos, Gestão Estratégica, Organização.
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Ao final do século 19 o meio principal de transporte era através da tração animal, sendo o cavalo o mais comum. Entretanto, um grande sonho do homem na época era o de substituir a tração animal por uma máquina.

Os registros disponíveis apontam que o primeiro veículo motorizado produzido com intenção de venda tinha apenas três rodas. Em 1885, nasceu através do espírito empreendedor do alemão Karl Benz, um veículo que possuía um motor a gasolina. Ao longo do tempo, outros modelos foram desenvolvidos e construídos, sendo que vários deles o foram com motores de dois tempos que havia sido inventado em 1884, por outro alemão, Gottlieb Daimler.

Alguns anos mais tarde, ou seja, em 1892,  Henry Ford produziu o primeiro Ford na América do Norte.

Daí para frente houve uma evolução muito grande e diferente de antigamente, hoje o automóvel possui características como conforto, rapidez, segurança e de respeito ao meio ambiente, além de ser bem mais silencioso e utilizando uma tecnologia de material cada vez mais evoluída e, portanto, mais leve.

Com o passar dos anos, os carros tem passado por crescentes mudanças, que os tornam cada vez mais cobiçados por grande parte dos consumidores em todas as partes do mundo.

O processo de fabricação com todas as suas generalidades e especificidades gera milhões de empregos em todo os países e movimenta bilhões de dólares, proporcionando lucros para as empresas que os produzem e vendem.

Obviamente todo esse desenvolvimento ocorre em função dos desejos dos consumidores que são devidamente captados pelos fabricantes através de pesquisas constantes e elaboradas pelos especialistas em propaganda e marketing junto ao mercado.

Profissionais dedicados, debruçam-se sobre os resultados dessas pesquisas e procuram desenhar transcrevendo para o computador os anseios do desejoso consumidor.

Após todo esse trabalho, caberá às equipes de engenharia de desenvolvimento e planejamento desenvolverem meios e processos que transformem em produto o desejo do futuro cliente.

Onde quero chegar?

Sempre ouço que o cliente quer muito e está disposto a pagar pouco. Pois bem, o pagar pouco é relativo.

A sociedade que é constituída pelo consumidor também evolui e vem se tornando cada vez mais crítica, rígida e exigente, impondo cada vez mais restrições em todas as esferas da cadeia produtiva, exigindo das equipes de engenharia inovação contínua.

É também correto dizer que a evolução da sociedade passa também pelos aspectos da legislação, cobrando melhores condições construtivas desses produtos. Eles devem ser condizentes com as necessidades de proteção ao meio ambiente, poluindo menos e acrescentando um melhora na qualidade de vida da sociedade.

Espera também, melhores condições de trabalho aos profissionais que os produzem e contribuem para a disponibilização ao mercado desses cobiçados produtos.

Qualidade é hoje uma condição básica em qualquer processo produtivo. Aos poucos, temas como segurança no trabalho, respeito e proteção ao meio ambiente estão sendo incorporados e tratados como valor pelas melhores empresas e não apenas como prioridade.

Sustentabilidade e responsabilidade social são as novas tendências que vieram para ficar, pois, a sociedade assim o exige. Só resta às empresas se adaptarem ou deixarem de produzir aquilo que a sociedade não mais deseja, podendo inclusive fechar as portas daqueles que não se rendem aos anseios da sociedade.

A sociedade pode ser cruel, simplesmente porque ela está disposta a pagar pelo que deseja. E como a questão financeira também evoluiu, ficou ainda mais fácil exigir. Como exemplo, basta lembrar que o Brasil terá em breve o quinto maior mercado consumidor do mundo. Serão 5 trilhões de reais gastos a cada ano.

Enfatizo que caberá, portanto, aos profissionais nos diversos campos do trabalho, alcançar e realizar tais desejos se quiserem manter-se no mercado e obviamente suas empresas.

Muitos infelizmente ainda não perceberam que é a sociedade que deseja e exige mudanças para melhor, estando inclusive disposta a pagar pelo que acredita. Essa pressão se mostrará primordialmente através da legislação.

A desculpa que os negócios poderão ser inviabilizados é pertinente àqueles que desconhecem os anseios da sociedade e preferem viver em um tempo muito atrás daquilo que hoje a sociedade espera.

Conviver e aceitar riscos é cabível, mas deve-se tomar cuidado, pois muitas são as vezes que para economizar pensamos poder gerenciar riscos que podem causar grandes prejuízos.

Reduzir investimentos, principalmente aqueles voltados à proteção do trabalhador, do meio ambiente e porque não das facilidades para execução de manutenção não podem ocorrer sem antes de uma análise minuciosa e rigorosa de todos os eventuais cenários e respectivas conseqüências.

Quando o prejuízo for menor do que a economia no investimento ou na redução dos custos operacionais, poderá valer a pena arriscar-se. Mas, em geral, isso normalmente não é o que acontece.

Vide exemplo da British Petroleum, que ao economizar algo em torno de U$D 500.000, está desembolsando cerca de U$D 37 bilhões para pagar os custos de correção, abertura de dois novos poços para equalização, pagamento de multas e indenizações. Seu presidente está às voltas inclusive com a eventual falência da empresa, colocando obviamente em risco o seu futuro.

Ou ainda, da Toyota, que para alcançar a primazia mundial deixou de lado aspectos importantes que eram qualificados como sendo valores empresariais, fato esse que resultou no maior recall da indústria automobilística e causou sérios danos à sua imagem e às suas finanças.

Cabe a nós encontrarmos alternativas de processo para que esses anseios sejam materializados, entregando ao cliente um produto avançado tecnologicamente, com alta qualidade, que respeita o meio ambiente, que seja seguro e que seja produzido com segurança pelos diversos profissionais da cadeia produtiva.

Além disso, deverá permitir e ser um processo sustentável e lucrativo, de maneira a que a empresa seja perene e se desenvolva continuamente, criando novos empregos e melhorando a condição de vida da sociedade, elevando sempre sua característica de um ente socialmente responsável.

Para que tudo isso ocorra, necessitamos cada vez mais de profissionais inovadores, que esteja antenados com as necessidades da sociedade e que olhem efetivamente para fora da empresa e não apenas para o seu próprio umbigo satisfazendo seu ego do desconhecimento.

Precisamos inclusive nos antecipar às tendências, procurando identificar antecipadamente aquilo que o futuro dirá.

“O segredo do sucesso não é adivinhar o futuro, mas sim estar preparado para um futuro incerto. Melhor será se puder criá-lo.” MAGZEN

Você profissional, o que está fazendo para contribuir para com a empresa da qual faz parte?

A SOCIEDADE agradece.

Eng. Milton Augusto Galvão Zen

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